A exposição Seu Sami de Hilal Sami Hilal fica no Palácio das Artes de 08 de agosto a 14 de setembro. Nela Hilal presta uma homenagem ao pai, que perdeu aos 12 anos, e cuja ausência imprimiu muito precocemente em sua vida a noção de vazio. A exposição revela as suas memórias e estabelece um paralelo entre luz e sombra; entre o vazio e a matéria. A ausência do pai resultou na busca de um novo norte, de um novo caminho, que foi aos poucos sendo substituída pela arte. “Pela arte, enquanto amparo, como um abrigo para a falta que sentia da figura paterna”, diz Hilal, ao destacar que “foi a arte que viabilizou a construção do sujeito”.
A obra de Hilal, construída ao longo de 30 anos, “é uma celebração do fazer”, diz o curador. Caracteriza-se pela leveza das formas, seja nos rendilhados, nascidos do papel elaborado pelo próprio artista a partir de trapos de tecidos, seja nos trabalhos em metal, onde dele retira o peso, transformando-o numa espécie de brocado. Paulo Herkenhoff, curador da exposição, destaca que a obra de Hilal tem que ser vista como uma poética de construção singular de um discurso de articulação de sentidos específicos. “O artista é o homo faber do símbolo poético. O seu trabalho está impregnado de referências da história da arte, memória psíquica, ação da libido, aspectos teóricos da psicanálise (com especial interesse no pensamento de Lacan), e valores espirituais cristão e islâmico, já que a família Hilal é de origem síria”.
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